quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um outro olhar sobre o Mundo

Em algum lugar no Ocidente, o filho pergunta: Pai, o que é o Oriente Médio? O pai responde: Ah, filho, é um lugar no mundo onde as pessoas usam umas roupas estranhas, compram e vendem tudo, vivem em cima de um barril de petróleo, brigam uns com os outros, e de vez quando, elas se explodem em nome de Deus, Alá ou Jesus. Mas, pai, pergunta o menino curioso: Elas se explodem mesmo?! - Sim, meu pequeno George, sim.

Segundo o Portal do Governo do Estado de São Paulo, atualmente o estado possui mais de 40 milhões de habitantes, destes, milhões de imigrantes, muitos deles do Líbano, país que entre 22 de agosto e 20 de setembro é tema da exposição “Olhar, o Líbano” do fotógrafo paulista Cristiano Mascaro.

A exposição, parceria entre SESC SP e a Associação Cultural Líbano-Brasil, acontece no Sesc Vila Mariana em São Paulo e comemora o título recebido pela cidade de Beirute como a Capital Mundial do Livro em 2009, outorgado pela Unesco.

Ao todo são 76 fotografias que, inicialmente, evidenciam o contraste entre a tecnologia da arquitetura moderna e a milenar arquitetura romana, em uma Beirute onde o sol e o céu claro e límpido iluminam as ruas e as sacadas da cidade.

Em poucos olhares, viajamos pelo Líbano: de Zahle à Sidon, de Tripol à Bichare, de Byblos à Baalbeck, e o mesmo sol nos conduz das montanhas, até o terreno árido e seco da estepe.

Longe do imaginário ocidental criado pelas manchetes dos jornais, pelos conflitos com Israel e pela diversidade religiosa. Mascaro mostra um Líbano humanizado, vivo e pulsante.

O ápice da exposição, sem dúvida, é o espaço destinado integralmente ao povo libanês. As fotografias dos rostos, dos costumes e dos hábitos se completam como em um mosaico, e convidam o público a conhecer o cotidiano das crianças alegres que tranqüilamente brincam nas ruas, dos amigos reunidos jogando cartas, da mesa cheia de frutas, da culinária, do comércio ambulante, dos sorrisos, dos trabalhadores.

“Olhar, o Libano” não só homenageia o Estado Libanês e a cidade de Beirute, mas, também, reitera ao paulistano o poder geográfico-religioso-social-cultural-político que a região do Oriente Médio e seus descendentes exercem sobre o Mundo Oriental e Ocidental. A cada dia é mais importante guardarmos os velhos conceitos e preconceitos, e compreendermos de forma completa, e menos dependente dos mesmos veículos midiáticos, o atual quadro do mundo.

Cristiano Mascaro, fotógrafo e arquiteto, viajou ao Líbano, em 2004, para fotografar uma residência projeto da arquiteta Cândida Tabet, em Ghouma, perto de Beirute. Aproveitando-se da ocasião, iniciou uma viagem pelo país produzindo o material que compõe a exposição.

Cinema

Para os cinéfilos interessados no Líbano, uma dica é o filme “Caramelo”, produção francesa e libanesa, que está em cartaz em diversos cinemas da capital. No longa, rodado em Beirute, cinco mulheres conversam no salão de beleza sobre temas como amor, sexo, entre outros.

Thiago Luis

4 comentários:

  1. Eu já ouvira falar dessa exposição, mas não com tantos detalhes, deu vontade de ver ^^

    bom Post!!
    parabéns!

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  2. Cara, não sei o porquê, mas já assisti ao filme Caramelo... e não sei exatamente o que naquele filme me fez ter repulsa pelo Líbano @@

    vlew!

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  3. Então Fêr Queive, no Mundo hoje é muito comum esse sentimento de repulsa ou de rejeição por um determinado país ou por uma determinada religião. E o post trata exatamente da importância de combatermos esse sentimento, pois ele é o princípio do preconceito e de sistemas como o Nazismo e o Fascismo. É importante entendermos e assimilarmos as diferenças, ainda mais em um planeta tão globalizado como o nosso. Além disso, filmes só servem para ilustrar; eles não mostram a realidade. Cinema é apenas entretenimento!

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  4. Que temos de combater isso é facto, mas que a cultura libanesa, bem como da África branca no geral, é bem mais fechada que a nossa também é facto. Ser aberto demais também é problema, pois "Brasil, um país de todos" é o tipo de logo que nos estupra desde sempre. Cultura é cultura, e neste caso não aceipto "miscigenação" e misturinhas com outras... Como você mesmo falou, "filmes só servem para ilustrar; eles não mostram a realidade." tão acredito nisso, que eu acho a cultura (país) libanesa muito mais repulsiva do que foi mostrado.

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